A situação do nosso Avaí é muito delicada, para não usar outro termo. Creio que os resultados e a atual distância do G4 nos descredencia de uma acesso. Não estou jogando a toalha, mas o fato é que tudo está muito complicado, especialmente quando se olha para a atual situação do Leão.
Contudo, ontem a noite peguei-me pensando no Criciúma. Como é possível essa campanha brilhante do Tigre do Sul, quando a mais ou menos 3 meses o centro de erupção vulcânica em Santa Catarina era o Heriberto Hülse?
Pesquisei rapidamente alguns sites de notícias relacionando o fim melancólico do Catarinense para o Criciúma. Torcida pedindo a cabeça do Dirigente, Rodrigo Pastana, afastamento do artilheiro, Zé Carlos, e do goleiro, Andrey, que viria a ser dispensado com outros quatro jogadores, queda do treinador, Sílvio Criciúma, crise financeira inimaginável, segundo palavras do próprio Presidente, Antenor Angeloni, teto salarial para a nova comissão técnica, enfim, uma sucessão de fatos que não levavam a outra conclusão que não a de que o Criciúma passaria um "cortado" no Brasileiro.
Contudo, não foi o que aconteceu. O tricolor do sul entrou avassalador, é o atual líder, e encaminha muito bem o seu acesso, ainda que tal não esteja, obviamente, garantido. Mas o que poderia ter sido o responsável por tamanha reviravolta? Organização, tranquilidade interna, estabilidade financeira? NÃO.
No meu modo de ver, os grandes responsáveis por isso são os jogadores. Cientes das suas pífias atuações em um torneio fraco como o Catarinense, assumiram a responsabilidade de mudar a história, traçada inicialmente para uma tragédia. Apenas para exemplificar, o Dirigente que afastou Zé Carlos permaneceu, e nem por isso o goleador está fazendo corpo mole. O time do Criciúma é o grande responsável por essa fase brilhante que tem vivido.
Faço essa análise para poder "entender" esse marasmo avaiano. Por mais que o Presidente esteja falhando (e feio), por mais que nosso Dirigente de Futebol seja omisso (pois se é "arroz" é correto que peça para sair dessa condição, ainda que para tanto tenha que se desligar), é inadmissível que apresentemos um futebol abaixo da crítica como aquele de sábado.
Acho que toda a "teorização" dos problemas do Avaí não justifica o futebol fraco jogado pelos jogadores. É hora desses atletas assumirem - assim como assumiram no Estadual - a responsabilidade por apresentar um futebol melhor do que "isso" que temos tido o desprazer de ver. Ainda que contratações sejam necessárias, não há como conceber tamanha queda de rendimento em um período tão curto de tempo, quando apenas um jogador (contestado, inclusive) tenha saído do time.
A camisa do Avaí precisa se impor em campo, com o brio de atletas que se orgulhem em vesti-la. E não vai ser ISO 9001, Arena e patrocínio Master que vai fazê-los jogar. É a vontade do elenco de virar a página, assim como ocorreu aqui em Santa Catarina, ali perto de Tubarão.